Mais um pouco de Chico

"No começo eu queria ser Rubem Braga, escrevia crônicas nos jornais do colégio. Depois quis ser escritor russo. Depois virei escritor francês, fui virando Flaubert, Zola, Proust, acabei sendo Céline, eu adorava Louis Ferdinand Destouches, dito Céline. Na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, eu já estava para ser Kafka, quando um colega me disse para deixar de ser besta e me mandou ler em português. Foi mais ou menos nessa época que virei Guimarães Rosa. Depois virei músico e parei de ler. Também li muito Graciliano, Vinícius, Bandeira, João Cabral, muito João Cabral."


Eu penso em cidades para dormir. Fico imaginando essas coisas, porque para pegar no sono tem de ficar inventando histórias. O único passo para você entrar no sono que eu conheço, a não ser que seja um sonífero, é a imaginação. Você cria um mundo e vai para lá. Tem uma hora que você percebe que está pegando no sono, e esse mundo começa a ficar meio solto, frouxo. Às vezes a gente já está dormindo, meio que acorda e fala "oba, já estou entrando no sono". E um desses pensamentos bons ou úteis, soporíferos, é a invenção de cidades. Aí chego na cidade, tem o aeroporto, a avenida. E desenhava cidades, algo que gostava muito de fazer, mas não tenho tido muito tempo. Qualquer hora posso voltar à ativa.

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