” ‘Deverias ver os jardins de Milão,’ disse ela em voz alta. Mas a quem?
Não havia ninguém. Suas palavras dissipavam-se. Como se dissipa um foguete. As chispas, depois de haverem riscado a sua trajetória na noite, somem-se no seio dela, a escuridão retomba, escorre sobre o perfil das casas e das torres; os flancos ermos das colinas suavizam-se, desaparecem. Mas, embora hajam desaparecido casas e colinas, a noite está cheia delas; sem cor, sem janelas,existem mais maciçamente, expressando o que a franca luz do dia não pode transmitir – a turbação e suspensão das coisas aglomeradas na terra; confundidas na treva; privadas do alívio que traz a aurora, quando, molhando as paredes de branco e gris, tocando cada janela, alçando a bruma dos campos, descobrindo as vacas vermelhas que pastam tranquilamente, tudo é mais uma vez revelado aos olhos; tudo existe de novo. – Estou sozinha; estou sozinha! – exclamou, junto à fonte do Regent’s Park”
Puxa, obrigada pelo link.
ResponderExcluirMrs Dalloway é um romance fantástico.
Gostei do blog.
Bruna