"...E agora um pedido. Tenho uma fome pelo norte, não imagina. Mande-me umas fotografias de sua terra. Há por aí obras de arte coloniais? Imagens de madeira, igrejas interessantes? Conhecem-se os seus autores? Há fotografias? Acredite: tudo isso me interessa mais que a vida. Não tenha medo de me mandar um retrato de tapera que seja. Ou de rio, ou de árvore comum. São as delicias de minha vida essas fotografias de pedaços mesmo corriqueiros do Brasil. Não por sentimentalismo. Mas sei surpreender o segredo das coisas comesinhas da minha terra. E minha terra é ainda o Brasil. Não sou bairrista."

(Carta a Luís da Câmara Cascudo, 26/09/1924. In: ANDRADE, Mário: Cartas de Mário de Andrade a Luís da Câmara Cascudo.Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Villa Rica, 1991, p. 34.)

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