Em minha terra

Gosto demais dos filmes com Juliette Binoche. E este em especial ainda não tinha visto. Em minha terra, de 2004, dirigido pelo irlandês John Boorman. Um filme que trata dos julgamentos logo após o fim do apartheid na África do Sul. Binoche, no papel de uma poetisa, acompanha um jornalista negro americano nas investigações a partir de depoimentos recolhidos nos julgamentos, e se apaixona por ele. Aquilo que ela não via, e que também fingia que não via anos atrás, começa a saltar aos seus olhos, mexer com tudo que acreditava até então, a mudança de seu personagem é marcante, Cabe aqui a leitura que Hannah Arendt faz sobre o julgamento de Eichmann, em Jerusalém. O mal praticado no cotidiano, como um ato qualquer, "a banalidade do mal". Entre os depoimentos aparecem os relatos em torno da obediência: "eu estava apenas cumprindo ordens". O romance, que aparece como um ponto negativo nas críticas sobre o filme, traz leveza ao enredo, em meio a tanta crueldade e horror. Ana, a personagem de Binoche, ao se despedir do jornalista americano, interpretado por Samuel L. Jackson, diz em seu ouvido: "Minha pele nunca vai te esquecer". Tudo que ela viveu através dessa experiência mudaria sua vida para sempre...   

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